Porquê Não Votar!

Assim que eu postei meu último texto, no dia 27 de setembro de 2004, sobre a Chantagem que é o ato de votar, recebi algumas críticas e alguns comentários, tanto aqui no blogger, como por e-mail, onde um deles me questionava justamente o fato de, sendo eu um cidadão brasileiro, eu teria a OBRIGAÇÃO DE VOTAR. Outros, como os comentários da Bisje e da Rossana, foram mais amenos, e demonstraram apenas uma certa pseudo-preocupação sobre o que e como seria se não votássemos.

Pois bem. Respondendo à estes comentário e críticas, é que resolvi dar continuidade ao assunto.

Primeiramente, vamos analisar o fato da obrigatoriedade. Quando eu disse que não iria votar - e não vou - não estava incentivando ou deixando de incentivar qualquer pessoa a votar. Isto é uma opinião minha, e não um incentivo à que outros sigam "meus passos". Entretanto, o que eu questiono no texto, não é se devemos ou não votar, mas o fato de SERMOS OBRIGADOS a votar, ao invés de TERMOS O DIREITO de votar.

O absurdo disto é tanto, que convencionou-se que eleição é sinônimo de Democracia... Ninguém parece enchergar a verdade, que enquanto somos obrigados a votar, não estamos exercendo direito algum e, portanto, simplesmente estamos jogando os princípios da democracia por terra, aceitando a imposição de um regime que se diz democrata, mas que não passa de um regimo ditatorial mascarado.

Meu ato de não votar, exprime tão somente meu grito pela liberdade de escolha que eu deveria ter. O ato de não votar acaba se tornando muito mas democrático, do que o ato de votar sob coação.

Muito provavelmente, se o voto não fosse obrigatório, o cidadão iria votar com mais consciência, e os candidatos teriam verdadeiramente respeito pelo voto, justamente o contrário do que ocorre hoje. Vemos muita gente indo votar simplesmente porque são obrigadas, enquanto outras estão indo votar em troca de dinheiro, ou algum favorecimento. Não entrarei no mérito desta questão. Friso apenas que, se pudéssemos ter a opção de escolha entre votar ou não votar, com certeza o voto seria muito mais consciencioso.

Todo o processo transforma-se de eleitoral em eleitoreiro. Vemos uma farsa suplantar outras, na forma de candidatos cujo único objetivo é tão somente o poder e a fama que o cargo lhes outorga.

Não votar é não compactuar com esta farsa.

Fui questionado sobre o que aconteceria se ninguém votasse... Não sei.. Talvez as coisas piorasse, embora eu não creia... mas, pelo menos, não estaríamos sendo coagidos, forçados, e chantageados a escolher um crápula para roubar os cofres públicos por quatro anos.

Considero pura demagogia, pensar que temos o suposto direito de escolha. Não existe suposto. Ou temos o direito ou não temos.

Nunca neguei meu lado anarquista de pensar. Para aqueles que irão rebater que anarquia é sinônimo de baderna e desordem, vale a pena ver mais de perto o que é ANARQUIA.

A palavra "anarquia" vem do grego, prefixo an (ou a), significando "não", "que não quer", "a ausência de", ou "a falta de", mais archos, significando "um governo", "diretor", "chefe", "pessoa em um cargo", ou "autoridade". Ou, como Peter Kropotkin colocou, Anarquia vem de palavras gregas significando "contrário à autoridade".

Na verdade, apesar de a anarquia ser anti-governo, ou anti-estado, ela é, acima de tudo, contra a hierarquia, por entender que, sob esta, estão todas as formas de poder, soberania, dominação...

O anarquista acredita que nenhum ser humano deve dominar o outro. O domínio representa tão somente o ato de destruir a dignidade e o amor próprio, uma vez que somente a vontade e o juízo do dominador prevalece sobre o dominado. E, geralmente, este ato de dominação acaba levando à exploração, que é a raiz da desigualdade, da pobresa e da crise social, gerando assim, um ciclo viciosos e interminável.

Mas não me estenderei mais neste assunto. Quem sabe em uma outra oportunidade eu volte a falar um pouco mais sobre isto.

Para encerrar, não creio que, se não houvesse a obrigatoriedade de votar, o regime seria como na ditadura. O que eu acredito é que, se não fossemos obrigados a votar, e/ou se não elegêssemos ninguém, talvez houvesse um plebiscito, onde o povo pudesse escolher sobre as diretrizes que quer para si. Ou então, pudéssemos escolher o regime de governo... Enfim, seríamos livres para escolher e exercer nossos verdadeiros DIREITOS.

E, pior do que está a situação política do país, não creio que tenha como ficar. Afinal, alguém aí já usou a prefeitura para alguma coisa, além de pagar impostos????? E os vereadores, alguém poderia me dizer qual a utilidade deles????? Deputados??? Senadores????? Governadores???? Presidente??????

Acho que só servem para serem motivo de piadas, ou melhor, para fazerem piadas com o povo brasileiro, enquanto metem a mão, melhor dizendo, ROUBAM o dinheiro do brasileiro. E tem uns que usam até a desculpa de que precisam comprar avião novo, né presidente Lula??????


Tchau Blog... até outro dia...